Quando às vezes você tem um pouco disso tudo, mas não se
sente de lugar algum. Como se tudo em volta não foi, não é, não será. E cadê,
cadê a vida, sorriso? Solidão devasta tudo o que vê, ela machuca. Perfura até o
que não se pode perfurar e encharca de sangue. Céus, como encharca! E onde que
coloquei as vidas? Os sonhos? Onde foi que encaixei a dor? Se agora, só o que
vejo é destruição. Sangue escorrendo por entre as mãos. Sentar e esperar que o
sol apareça, que o inverno se esqueça de voltar? Se estou tão sozinha é porque
quero estar? Mas e se precisar? Não encontrei mãos que se encaixassem tão bem e
nem vozes que fizessem tudo se resolver. Não consegui, não pude. Se não fui
capaz? Talvez. Talvez me prenda muito ao que já amo. Amo tanto que não exista
substituição. Mas sabe o que é? É que por aqui é tudo muito longe. Mal sei ir
até a esquina, quem dirá fazer amigos! Acho que já parti demais por aqui. Ando
desleixada. Deixando esse sonho todo, pra lugar algum. Esqueço de batalhar,
sabe. E agora, hein? Como resolvo tudo isso? Como faço pra dar certo essas
coisas? Tá tudo meio errado, viu. Eu ainda nem tentei direito, nem chegou ao
fim e veja só, estou com medo do que pode dar errado! O que eu faço, hein? Me
diz, me diz!Como que faz? Preciso colocar tudo no lugar. Cansei de fazer tudo
errado, não da pra fazer mais isso. Não dá.
26 de novembro de 2012. 7:23