quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A nova parede branca,

É uma parede nova, uma parede totalmente branca. Ao meu lado há diversas figuras, carimbos, tintas. Na minha cabeça há diversas idéias. Todo o material ao meu lado está apenas aguardando eu falar “vai”, para a parede branca começar a se colorir.

Admito que jamais pensei ouvir essa palavra de novo, essa tal afirmação que me fez desandar. Me fez guardar lágrimas grossas de desespero. E se ela estando em sua vida, você se torne distante de mim novamente? E se tudo mudar? E se a amizade tão verdadeira desaparecer?

Também pensei que o mundo fosse desabar. Essa distancia toda, essas saudades. Me conte, o que eu faço com essas saudades? Como eu consigo me manter concentrada, sabendo que há quilômetros que preenchem essa solidão que esta me fazendo. A insegurança que cresce não pela confiança não existente, mas sim pela maldita saudade. Cretinas saudades, se gostaria de saber.

Hoje eu espero que me entendam, aquele novo que achei me fazer bem, realmente não me fez. Aquele novo que achei ser um abrigo, foi só uma barreira de frágeis madeiras em meio a um rio de correnteza brava. Não é questão de ainda me importar, de ainda proibir o meu mundo de chegar a certas orelhas. É questão de distancia, questão que hoje eu vejo, eu só precisava de algo novo. Consegui. Mas aquele novo, não era o suficiente para suprir a minha felicidade. Hoje eu deixo esse novo para trás, apenas com boas lembranças.

Então, sem querer eu encontro um outro mundo. Um mundo que me protege, que me distancia de tudo. Um mundo meu, onde mais ninguém pode ter, nem com cartão de visita. Um lugar onde eu posso me esquecer de tudo, lembrar apenas do aqui e do agora, lembrar apenas de rir, pois as lágrimas não têm lugar. Esse tal mundo tem cada vez me abrigado mais, me feito sorrir mais.

Por fim, eu tenho uma grande coragem dentro de mim pronta para crescer. Uma coragem que eu preciso ter, uma coragem com dia marcado para ser posta a prova. Uma força que eu preciso ter, uma força de mim mesma, uma força vindo do apoio dos mais importantes. Um desafio que eu terei de cumprir.

E logo quando vejo, a parede tão branca na minha frente, já tem alguns cantos rabiscados, sujos, colados com figuras. A parede é apenas nova. Com novos desenhos, novas figuras e fotos, com novas cores. Sem quase nada da parede antiga, apenas algumas cores e figuras mais essências. Mas a parede ainda tem muito que colorir, até eu querer começá-la novamente.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Por palavras aleatórias.

Meus pensamentos correm à solta nesta casa vazia. O calor me sufoca, o ventilador tenta fazer um bom trabalho arranjando algum vento para arejar o quarto abafado. O silêncio é quebrado por um som não muito alto, mas o bastante para não me sentir sozinha. Enquanto a minha voz não é ouvida, pois não há ninguém para conversar, me satisfaço com algumas conversas via internet. Um pouco geladas, mas absurdamente carinhosas devido às pessoas com quem eu falo.

Minha distância de casa no momento, não é muito maior que 350 km, mas parece que é bem menos. Desde a primeira vez que apareci nessa cidade é como se eu me sentisse em casa, como se aqui fosse o meu lugar, de alguma forma. Acho que o ar quente esta mexendo de alguma forma com os meus neurônios, admito estar um pouco longe de tudo no momento. Sabe quando tudo lhe parece uma novidade surpreendente? Pois bem.

Sendo bem sincera, mas muito mesmo, eu estou apenas tentando encaixar peças na minha cabeça. Tentando montar um quebra-cabeças que acho que nunca existiu ou talvez esteja existindo até demais. Mas agora me conte, o que eu faço? Como você faz para seguir em frente, sabendo grande parte do que vai ter de enfrentar? Como você fica absolutamente intocável aos sentimentos que lhe agridem o coração?

E ele não procura, ele não se importa, ele não quer. Ele se esquece, ele deixa de lado e faz pouco caso. Mas então, quando ele perde, ele vem procurar, vem querer saber e até mesmo querer brigar, perguntando motivos de eu ter feito tudo o que fiz. Quando ele menos percebe, ele esta talvez cobrando coisas que não pode, assim como eu também não posso cobrar absolutamente nada dele. Admite aos amigos que morre de ciúmes, admite que se importa, mas continua sentado. Continua agredindo um coração, é sempre tão cômodo, não?

Tem horas que eu me pergunto, com um que de preocupação o que eu estou fazendo aqui, mas aí vem alguém e diz “amanhã eu irei te ver”, com um belo sorriso no rosto e até mesmo quem sabe com olhos brilhando. Por alguns instantes eu repenso, então me deparo com a resposta “vim pra ouvir isso”.

Receio estar confusa porém muito consciente. Muito sã diante as minhas confusões. Minhas confusões são eles e não eu. O que devo admitir com total precisão, é que quase tudo esta no lugar onde deveria. Tudo o que eu queria mudar, eu mudei. Algumas pessoas ficaram, outras foram embora. Alguns rostos eu poderei contar com a ausência, os vendo de vez em nunca. E é assim que tem de estar, mudar a sorte a meu favor. Fazer sorrir, porque ninguém vai fazer isso por mim.

E a Coca-Cola que parece não ter fim me acompanha nessa tarde de segunda-feira oceosa, calma e quente. Meus pensamentos que no momento parecem fumaça, andam vagando por aí, se tornaram distantes e me deixando em paz e com um sorriso no rosto. Acho que apesar de tudo, é como uma vez ele já me disse: “aí eu vou embora, você fica e daí, o que fazemos?”. Acho que é sensato responder: “não fazemos nada. Não chegou a nossa vez ainda”.

Londrina, 2 de fevereiro de 2009 17:27 pm