sexta-feira, 3 de maio de 2013

Vestígios de uma Itália conturbada.



Me conte tais segredos, que cansei das velhas dores. Meus ossos estão derretendo e meus olhos cansados da paisagem tão errante. Que cansamos da vida, da mesmice. Do vazio nítido, dolorido. Choramos escondidos de noite, como se a escuridão pudesse curar a dor. Mas não adianta, que continua sangrando e vai continuar. Então me segure e me leva pra casa. Pega o avião mais rápido e o caminho mais curto, pega a via mais veloz. Mas não faz isso não, de fazer ficar. Que eu vou embora, quando o filme acabar. Que esse ar tá machucando a minha pele. Rega meu jardim, pra começar a florescer, que eu tô voltando e quero ver um pouco de cor, quando eu abrir a porta. Nunca foi para sempre, mas de vez em quando parecer ser. Faz assim, vamos tomar um café e desabafar, vamos pegar o primeiro vôo de manhã. Vamos voltar.

No trem, 20 de novembro de 2009. 1:44