sexta-feira, 10 de junho de 2011

Se ao menos entendesse...

Às vezes eu acho que seguro muito os meus gritos, os meus sentimentos, as minhas lágrimas. Seguro tanto, que de vez em quando chego perto de explodir e aí, qualquer coisa me incomoda, qualquer coisa fere, qualquer coisa vira grande coisa.

Às vezes, acho que desabafo coisas sem importância e quando quero desabafar coisas significativas, as palavras não saem e daí fico com cara de boba, brigando por coisas sem sentido, mas que para mim na realidade mudam tudo. E tento respirar e recomeçar a falar, a fazer entenderem, mas aí já se tornou tarde demais. Os olhos chegam a lacrimejar, a garganta começa a doer num nó apertado e daí me resta as palavras que abafam, sufocam. Apenas o silêncio.

Eu queria gritar. Gritar bem alto, fazer entender que tudo isso está machucando e que tudo isso está perdendo o sentido. Mas admito, sou muito fraca, pois tenho medo de gritar e ao olhar em volta perceber que fiz desmoronar tudo. Tenho medo que dos meus gritos saiam a verdade nua e crua, desfilando cruelmente um triste fim.


Curitiba, 10 de junho de 2011. 00:23