Às vezes eu acho que seguro muito os meus gritos, os meus sentimentos, as minhas lágrimas. Seguro tanto, que de vez em quando chego perto de explodir e aí, qualquer coisa me incomoda, qualquer coisa fere, qualquer coisa vira grande coisa.
Às vezes, acho que desabafo coisas sem importância e quando quero desabafar coisas significativas, as palavras não saem e daí fico com cara de boba, brigando por coisas sem sentido, mas que para mim na realidade mudam tudo. E tento respirar e recomeçar a falar, a fazer entenderem, mas aí já se tornou tarde demais. Os olhos chegam a lacrimejar, a garganta começa a doer num nó apertado e daí me resta as palavras que abafam, sufocam. Apenas o silêncio.
Eu queria gritar. Gritar bem alto, fazer entender que tudo isso está machucando e que tudo isso está perdendo o sentido. Mas admito, sou muito fraca, pois tenho medo de gritar e ao olhar em volta perceber que fiz desmoronar tudo. Tenho medo que dos meus gritos saiam a verdade nua e crua, desfilando cruelmente um triste fim.
Curitiba, 10 de junho de 2011. 00:23
sexta-feira, 10 de junho de 2011
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