Sejamos sinceros – o tempo muda e você se desnuda pra tentar
acompanhar. O mês passa rápido e só nos damos conta quando olhamos no
calendário e a promessa de ano novo foi feita há cinco meses, assim como a
bicicleta do melhor amigo esta encostada na garagem desde o último dia do ano
passado e, veja bem, foi exatamente neste dia que se percorreu o centro da
cidade com um cara muito legal, mas a aventura estava toda errada.
O tempo passa rápido e enquanto comemos o bolo e o
brigadeiro não nos damos conta, mas um mês depois a balança surge com indesejáveis
quilos a mais. O semestre vai acabando e a copa vai chegando, a época de pinhão
já quase se vai novamente, porém o quentão se torna presente quanto mais julho
se aproxima. O segundo cobertor ainda não foi tirado do armário, mas com
certeza não foi por falta de frio, acontece que vez-em-quando aparece companhia
na cama.
Admita, vai. O tempo muda e a gente tenta acompanhar. O meio
do ano vai chegando e só pensamos na cor de cabelo que já esta gasta. Os meses
foram passando e antes o que eram dois dias de agonia profunda sem a presença,
hoje já faz oito meses que a ausência se condensou. Veja bem, daria até pra
dizer que parou de doer! O tempo passou e a pantufa foi estraçalhada pelo
cachorro filhote, alguns filmes novos foram assistidos e outros tantos cheinhos
de amor, foram revistos. O cabelo cresceu, o peso aumentou, o vestido trocou, a
vida mudou.
Nos desnudamos de tudo por uma única vontade: não ser
deixado. Aí acontece que dançamos conforme a música, deixamos de arder e de
sentir falta do que já não pode caminhar conosco. Decoramos novas músicas, pois
os tempos são outros e encontramos novos braços, pois é necessário ser feliz. A
cerveja é sempre bem-vinda, assim como doces. É necessário, antes de se
reclamar dos quilos a mais, perceber que cervejas são ótimos motivos para
longas conversas no bar. Conduzimos então a vida em uma valsa lenta e enquanto
os dias se tornam ontem e os planos se tornam esquecidos ou realizados com
rapidez, tiramos nossas fantasias para ser tudo aquilo que precisamos no momento: novos nós.
Curitiba, 13 de maio de 2014. 00:38
Um comentário:
Ô de casa...
Não sei se vc permite manifestações elogiosas exageradas por aqui mas, caramba, como seus escritos são belos, moça. Amei tudo que li por aqui, de verdade.
Meus sinceros parabéns.
Um abraço.
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