Ela deitou sua cabeça no travesseiro e sentiu aquele cheirinho. Aquele perfume encantador que ao mesmo tempo fascinava e confundia. Era estranho sentir aquele cheiro e sentir penetrar em sua mente mil tipos diferentes de pensamentos, mais estranho ainda era que todos eles eram bons.
O mundo estava se colorindo aos poucos e o preto no branco, tão clichê em sua vida, estava se tornando um pouco esquecido. Começou a ficar horas a fio, não mais pensando sobre o que fazer, mas sim, sobre o que viver, aonde ir, o que falar. Se desgastou no encanto e deixava se desgastar ainda mais.
Estava se renovando. Renovando pequenos detalhes, que havia esquecido que eram necessários. Passou a fazer de cada beijo e abraço, uma urgência. Deixou fazer da vontade de ver, uma ansiedade para o tempo passar rápido, mas também, para fazê-lo andar de vagar, para poder se deliciar no desejo de querer um novo encontro.
Se o relógio girava ou não, pouco importava. Se contentava em admirar as estrelas e esperar o celular tocar, numa espera de sorrisos discretos e talvez fizesse o olhar brilhar um pouco mais ou simplesmente, torná-lo mais hipnotizante.
Hipnotizante, no entanto, era aquele cheirinho. Aquele perfume encantador, que lhe trazia algo bom. Algo vivo. Algum suspiro gelado, refrescando a sua vida. Dando vida novamente a um coração quebrado tantas vezes.
Curitiba, 25 de março de 2010. 18:36
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2 comentários:
"Dando vida novamente a um coração quebrado tantas vezes."
Infelizmente o coração da gente quebra milhares de vezes e, felizmente, outras tantas milhares se refaz, na espera de ser quebrado novamente!
Beeijos
Seu texto é simples, mas possui uma simplicidade profunda. Gostei, lembra alguns dos meus textos antigos... Essas metáforas tem um sabor gostoso!
P.s: Sou a pessoa do forms.
Um abraço, moça!
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