quinta-feira, 25 de março de 2010

No cor-de-rosa.

Ela deitou sua cabeça no travesseiro e sentiu aquele cheirinho. Aquele perfume encantador que ao mesmo tempo fascinava e confundia. Era estranho sentir aquele cheiro e sentir penetrar em sua mente mil tipos diferentes de pensamentos, mais estranho ainda era que todos eles eram bons.

O mundo estava se colorindo aos poucos e o preto no branco, tão clichê em sua vida, estava se tornando um pouco esquecido. Começou a ficar horas a fio, não mais pensando sobre o que fazer, mas sim, sobre o que viver, aonde ir, o que falar. Se desgastou no encanto e deixava se desgastar ainda mais.

Estava se renovando. Renovando pequenos detalhes, que havia esquecido que eram necessários. Passou a fazer de cada beijo e abraço, uma urgência. Deixou fazer da vontade de ver, uma ansiedade para o tempo passar rápido, mas também, para fazê-lo andar de vagar, para poder se deliciar no desejo de querer um novo encontro.

Se o relógio girava ou não, pouco importava. Se contentava em admirar as estrelas e esperar o celular tocar, numa espera de sorrisos discretos e talvez fizesse o olhar brilhar um pouco mais ou simplesmente, torná-lo mais hipnotizante.

Hipnotizante, no entanto, era aquele cheirinho. Aquele perfume encantador, que lhe trazia algo bom. Algo vivo. Algum suspiro gelado, refrescando a sua vida. Dando vida novamente a um coração quebrado tantas vezes.


Curitiba, 25 de março de 2010. 18:36

2 comentários:

Gabriela Furtado disse...

"Dando vida novamente a um coração quebrado tantas vezes."
Infelizmente o coração da gente quebra milhares de vezes e, felizmente, outras tantas milhares se refaz, na espera de ser quebrado novamente!
Beeijos

Thaty Nardelli disse...

Seu texto é simples, mas possui uma simplicidade profunda. Gostei, lembra alguns dos meus textos antigos... Essas metáforas tem um sabor gostoso!

P.s: Sou a pessoa do forms.

Um abraço, moça!