quinta-feira, 4 de março de 2010

Sobre qualquer coisa.

O dia já amanhece nublado, nessa rotina cansativa de olhos molhados. Toda cor do mundo transforma a vida em preto e branco, sem chances nem para o cinza. Acho que é cansaço da mesma porta abrindo e fechando, fazendo um barulho assustador, que já acostumou. Tanto faz, agora não importa mais, já virou rotina.

Rotina remendar o coração e fugir logo depois de tantos erros. Rotina começar de novo, achando que o ponto zero é o melhor jeito de se ter novas coisas. Falta de força de vontade, que se aloja logo ao lado, toda vez que os olhos cansados proclamam trégua com a realidade e insistem em me levar ao mundo dos sonhos. Ao meu paraíso, escrito por mim mesma.

É inundação do passado e medo do presente, é esperança em vão do futuro. Águas passadas capazes de cessar os fogos de hoje, capazes de afogar sonhos. É nesse amor de solidão que se aproxima, que traz o céu ainda mais para longe. Que faz com que estrelas não cantem ao anoitecer.

Descansa a caneta, joga tudo na gaveta e passa a chave. Deixa escorrer sangue e água, mas não deixa afogar-se neles. Faz-me pensar sobre o amor... Amor? Que amor?


Curitiba, 4 de março de 2010. 22:29.