Me dei um tempo agora. Quarenta minutos para escrever sobre alguma coisa que tem me perseguido. Tenho exatos quarenta minutos para despejar cor ou sangue, numa folha de papel virtual, enquanto a tinta no meu cabelo faz efeito.
Esse é um dos problemas de querer virar ruiva artificialmente, a cada vinte dias lá vou eu passar a tal tinta no cabelo. E quando paro para pensar, a cada retoque que dou nos meus cabelos artificialmente ruivos, alguma coisa na minha vida mudou. Qualquer coisa, de vez em quando importante e outras não, mas sempre mudou.
Quando paro para pensar, observo que aventuras ou desventuras me cercam a cada vinte dias ou um mês. Reparo que dentre este período de tempo eu cometo erros ou acertos, muitas vezes até mesmo os dois. Encontro uma pessoa e daí, quando já fiz mil planos, eu a desencontro. Aí, me sobra qualquer mesa de bar e uma cerveja bem gelada para compensar.
Com o tempo, comecei a deixar de contar segundos e passei a contar as horas. Hoje, por incrível que pareça, não consigo tempo para fazer tudo o que eu gostaria, num só dia. Mas talvez eu não ache esse tempo, porque eu perco tempo demais. Perco tempo com nada a fazer, nada a assistir ou chorando o passado, de vez em quando, até mesmo voltando ao passado.
Afinal, de onde tiraram que “voltar” ao passado é algo bom? Acho que me tornei muito dura e passei a acreditar que temos de seguir em frente. Nada dessa baboseira de voltar atrás, de pensar de novo. O que está feito está feito e isso não cabe a ninguém, apenas a nós. Voltar aos sentimentos, relacionamentos, momentos, vidas! Voltar ao passado é algo para fugir do futuro, do seguir em frente.
No momento, acho que meu amigo tinha razão, ao dizer que não adianta olhar velhas cartas, pois são janelas do passado e temos de nos manter focados no futuro. Esse era o principio do meu intercâmbio, por exemplo. Olhar para frente, ao invés de deixar o passado nos tomar. O passado já foi e lá ficou, sabemos que lá ficou.
Talvez por isso, hoje, eu queira ir para frente. Retomar um caminho não é mais o apropriado para mim. Quero algo novo, totalmente novo, como eu já havia feito um tempo atrás. Correr atrás de algo que se encaixe a mim e aos meus objetivos de vida. Cansei de brincar de viver e achar que assim está bom, quando não está. Quero algo a mais.
Afinal, de nada adianta querer voltar ao passado, pois mesmo que o consiga fazer, o passado no presente, jamais será a mesma coisa que um dia foi. As coisas sempre mudam, sempre. Mesmo quando queremos que continuem iguais.
E veja só, lá se foram meus quarentas minutos.
Curitiba, 6 de março de 2010. 17:12
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Um comentário:
Realmente é muito dificil focar-se no futuro, parece que tem algo que nos puxa para o passado, talvez a vontade de que as vontades não saciadas antes sejam saciadas e os sonhos que ficaram para trás se realizem! Mas é isso aí, vai entender o ser humano, né?
Adoooooooooooooorei seu blog, nova seguidora :))
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