sábado, 6 de março de 2010

Desabafo de alguém irritada.

Me dei um tempo agora. Quarenta minutos para escrever sobre alguma coisa que tem me perseguido. Tenho exatos quarenta minutos para despejar cor ou sangue, numa folha de papel virtual, enquanto a tinta no meu cabelo faz efeito.

Esse é um dos problemas de querer virar ruiva artificialmente, a cada vinte dias lá vou eu passar a tal tinta no cabelo. E quando paro para pensar, a cada retoque que dou nos meus cabelos artificialmente ruivos, alguma coisa na minha vida mudou. Qualquer coisa, de vez em quando importante e outras não, mas sempre mudou.

Quando paro para pensar, observo que aventuras ou desventuras me cercam a cada vinte dias ou um mês. Reparo que dentre este período de tempo eu cometo erros ou acertos, muitas vezes até mesmo os dois. Encontro uma pessoa e daí, quando já fiz mil planos, eu a desencontro. Aí, me sobra qualquer mesa de bar e uma cerveja bem gelada para compensar.

Com o tempo, comecei a deixar de contar segundos e passei a contar as horas. Hoje, por incrível que pareça, não consigo tempo para fazer tudo o que eu gostaria, num só dia. Mas talvez eu não ache esse tempo, porque eu perco tempo demais. Perco tempo com nada a fazer, nada a assistir ou chorando o passado, de vez em quando, até mesmo voltando ao passado.

Afinal, de onde tiraram que “voltar” ao passado é algo bom? Acho que me tornei muito dura e passei a acreditar que temos de seguir em frente. Nada dessa baboseira de voltar atrás, de pensar de novo. O que está feito está feito e isso não cabe a ninguém, apenas a nós. Voltar aos sentimentos, relacionamentos, momentos, vidas! Voltar ao passado é algo para fugir do futuro, do seguir em frente.

No momento, acho que meu amigo tinha razão, ao dizer que não adianta olhar velhas cartas, pois são janelas do passado e temos de nos manter focados no futuro. Esse era o principio do meu intercâmbio, por exemplo. Olhar para frente, ao invés de deixar o passado nos tomar. O passado já foi e lá ficou, sabemos que lá ficou.

Talvez por isso, hoje, eu queira ir para frente. Retomar um caminho não é mais o apropriado para mim. Quero algo novo, totalmente novo, como eu já havia feito um tempo atrás. Correr atrás de algo que se encaixe a mim e aos meus objetivos de vida. Cansei de brincar de viver e achar que assim está bom, quando não está. Quero algo a mais.

Afinal, de nada adianta querer voltar ao passado, pois mesmo que o consiga fazer, o passado no presente, jamais será a mesma coisa que um dia foi. As coisas sempre mudam, sempre. Mesmo quando queremos que continuem iguais.
E veja só, lá se foram meus quarentas minutos.


Curitiba, 6 de março de 2010. 17:12

Um comentário:

Gabriela Furtado disse...

Realmente é muito dificil focar-se no futuro, parece que tem algo que nos puxa para o passado, talvez a vontade de que as vontades não saciadas antes sejam saciadas e os sonhos que ficaram para trás se realizem! Mas é isso aí, vai entender o ser humano, né?
Adoooooooooooooorei seu blog, nova seguidora :))