segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Por palavras aleatórias.

Meus pensamentos correm à solta nesta casa vazia. O calor me sufoca, o ventilador tenta fazer um bom trabalho arranjando algum vento para arejar o quarto abafado. O silêncio é quebrado por um som não muito alto, mas o bastante para não me sentir sozinha. Enquanto a minha voz não é ouvida, pois não há ninguém para conversar, me satisfaço com algumas conversas via internet. Um pouco geladas, mas absurdamente carinhosas devido às pessoas com quem eu falo.

Minha distância de casa no momento, não é muito maior que 350 km, mas parece que é bem menos. Desde a primeira vez que apareci nessa cidade é como se eu me sentisse em casa, como se aqui fosse o meu lugar, de alguma forma. Acho que o ar quente esta mexendo de alguma forma com os meus neurônios, admito estar um pouco longe de tudo no momento. Sabe quando tudo lhe parece uma novidade surpreendente? Pois bem.

Sendo bem sincera, mas muito mesmo, eu estou apenas tentando encaixar peças na minha cabeça. Tentando montar um quebra-cabeças que acho que nunca existiu ou talvez esteja existindo até demais. Mas agora me conte, o que eu faço? Como você faz para seguir em frente, sabendo grande parte do que vai ter de enfrentar? Como você fica absolutamente intocável aos sentimentos que lhe agridem o coração?

E ele não procura, ele não se importa, ele não quer. Ele se esquece, ele deixa de lado e faz pouco caso. Mas então, quando ele perde, ele vem procurar, vem querer saber e até mesmo querer brigar, perguntando motivos de eu ter feito tudo o que fiz. Quando ele menos percebe, ele esta talvez cobrando coisas que não pode, assim como eu também não posso cobrar absolutamente nada dele. Admite aos amigos que morre de ciúmes, admite que se importa, mas continua sentado. Continua agredindo um coração, é sempre tão cômodo, não?

Tem horas que eu me pergunto, com um que de preocupação o que eu estou fazendo aqui, mas aí vem alguém e diz “amanhã eu irei te ver”, com um belo sorriso no rosto e até mesmo quem sabe com olhos brilhando. Por alguns instantes eu repenso, então me deparo com a resposta “vim pra ouvir isso”.

Receio estar confusa porém muito consciente. Muito sã diante as minhas confusões. Minhas confusões são eles e não eu. O que devo admitir com total precisão, é que quase tudo esta no lugar onde deveria. Tudo o que eu queria mudar, eu mudei. Algumas pessoas ficaram, outras foram embora. Alguns rostos eu poderei contar com a ausência, os vendo de vez em nunca. E é assim que tem de estar, mudar a sorte a meu favor. Fazer sorrir, porque ninguém vai fazer isso por mim.

E a Coca-Cola que parece não ter fim me acompanha nessa tarde de segunda-feira oceosa, calma e quente. Meus pensamentos que no momento parecem fumaça, andam vagando por aí, se tornaram distantes e me deixando em paz e com um sorriso no rosto. Acho que apesar de tudo, é como uma vez ele já me disse: “aí eu vou embora, você fica e daí, o que fazemos?”. Acho que é sensato responder: “não fazemos nada. Não chegou a nossa vez ainda”.

Londrina, 2 de fevereiro de 2009 17:27 pm

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