quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Quando chega a hora de ir embora.

Odeio essa parte. Essa parte de dar tchau, não necessariamente só para as pessoas, mas para os lugares, para os objetos. Sabe, olhar intensamente para algo e dizer pra si mesmo “poxa, quando de novo?”. Não sei, ninguém sabe. Até quando, né? E saber que na despedida existe a ausência daquilo, a saudades. As lembranças que ficam, daquilo que não se pode ficar!

As acho dolorosas, ter de se despedir de alguém que só vai ver dali 18 meses, ter de ver aquele mar imenso e dar tchau praqueles dias perfeitos. Dar adeus pra tudo aquilo que teve seu tempo esgotado, de certa forma. Os brinquedos que não fazem mais sentido guardar, os cds que não se escuta mais, as roupas preferidas que ficaram pequenas ou simplesmente velhas, os dias que não podem mais ser adiados para se ir embora de uma viagem, os amigos que tem de ir embora e voltarão dali muito tempo. São dolorosas as despedidas.

Saber que sem se despedir é muito difícil seguir em frente. Tem coisas que por alguma razão tem dias limitados. Elas não podem durar mais do que já estão durando, isso nos faz crescer. Mesmo que sejam despedidas singelas, despedidas de algo bobo como alguém que admiramos na praia e então temos de ir embora, sem saber quando voltaremos a admirar. Mas nos fazem crescer, saber seguir em frente deixando coisas e momentos para trás.

É difícil chegar num aeroporto, ver um dos mais essências amigos na sua frente e você dizer “até daqui um tempo” em um abraço caloroso. Mas esse tempo é longo, são dias de espera, são meses longos e frios. Quando a imagem desse amigo lhe vem à cabeça, tudo aperta dentro, o estômago revira, o coração chora e você pensa “será que ele esta bem?”. Despedias assim nos fazem crescer.

As saudades que tanto guardamos no peito, são saudades de que valeu a pena enquanto durou. Significa que se aperta o coração na despedida, quer dizer que esta difícil de ir embora, mas a realidade não é só aquilo. A realidade não é ir dormir e acordar com os amigos, não é almoçar às 14:00 e jantar às 22:00, chegar em casa todas às noites quando o sol esta para nascer. Realidade não é gastar a tarde inteira com conversas jogadas fora, seja na cidade ou na praia. Realidade é aproveitar tudo isso e saber que a hora que acabar, valeu a pena. Tudo aquilo te satisfez de alguma maneira.

Então, quando você menos espera, você faz as malas ou então encaixota a sua infância numa caixa. Você se despede, às vezes em silêncio, outras as lágrimas dizem tudo ou então palavras doces e lamentáveis declaram a dor. Você então precisa ir, fecha a porta, entra no carro, pega a estrada e vai. Vai embora, olhando para trás, lembrando que tudo valeu a pena. Ou então, simplesmente deixa tudo na caixa fechada, fecha os olhos e guarda todas as lembranças, vira as costas e simplesmente parte. O pior não é saber que tem de ir embora, o pior é saber que chegou a hora de ir.

Um comentário:

Larissa Vasconcelos disse...

Muito legal... Estou passando por isso..

bjs