quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Já faz tanto tempo.



Já faz tanto tempo e já nem sei se me lembro direito. Foram dezenas de risadas e abraços, dezenas de histórias que até hoje gosto de contar. Já faz tanto tempo e já nem sei o que eu fiz direito, onde tudo acabou, cada um para cada lado. Cada um por si, depois de tanto tempo, que todos foram por um.

Hoje admito que não seria tudo o que ouso ser, se não fosse tudo o que já ousei ser. É uma troca de épocas, o que eu cresci lá hoje se reflete aqui. De fato, hoje me faz ter orgulho, apesar de tudo o que já aprontei com todos os amigos que retratam em várias fotos. Todas as histórias insanas e mutáveis que vivemos me fizeram ser algo que hoje sou. Ter histórias que me enchem de felicidade só de lembrar.

Mas já faz tanto tempo, foram tantos meses que já deixamos para trás, é até estranho de lembrar. Pequenos e grandes conflitos, pequenos e grandes abraços, pequenas e grandes lágrimas, tudo o que já passamos. Hoje enfeitamos fotos, hoje apenas enfeitamos uma felicidade congelada, uma felicidade que jamais vou ter de volta. Tudo o que já passamos ficou lá. Tudo não volta. Num receio doloroso, numa conversa nostálgica, observamos que nunca será a mesma coisa. Todos os finais de semana se tornaram apenas memórias, os abraços se perderam. Já não temos mais muito tempo.

O tempo vasto e farto que tínhamos era a nossa única arma, que pelo qual não temos mais. Estamos sempre apressados, sempre atrasados. Não nos olhamos mais nos olhos, não nos entendemos mais como um dia foi. Esquecemos de sorrir quando nos vemos, esquecemos de nos abraçar bem forte. Hoje sumimos, vamos embora fugindo do tempo que insiste em passar. Cada encontro é visto e inaugurado com a frase já clichê “nossa, mas quanto tempo!”.

Ah, quanto tempo! Quanto tempo? Antes não existia esse tempo, antes não era assim. Deixamos o mundo quebrar, o mundo abalar. E esse tempo não era para existir, nós todos dizíamos isso. Todas as travessuras que aprontávamos, todas as piadas que criávamos, todas as aventuras que fazíamos, tudo isso. Tudo isso não tinha “quanto tempo”, tudo isso tinha um tempo. Tudo isso tinha “até amanhã, certo?”. E de fato, era até amanhã. A sexta-feira se tornava sábado e o sábado se tornava domingo e estávamos todos juntos.

Já faz tanto tempo, que é até difícil de acreditar. É difícil de virar e ver que já passou e que hoje, eu voltaria no tempo e faria absolutamente tudo de novo. Sem nenhuma falha de fora, sem nenhum erro. Tudo o que houve me fez crescer, eu vejo assim. Se já faz tanto tempo e deixou saudades, é porque valeu a pena. Mas uma parte de mim sabe que seja lá o que houve, ficará comigo para sempre e mesmo que às vezes a vontade de voltar ao passado seja extrema, tudo o que houve era para ter acontecido naquela época. Não teria a mesma graça se tivesse acontecido hoje.


- Aos meus melhores momentos, aos meus melhores dias. Jamais vou me esquecer de todas aquelas brincadeiras. Essa é a parte de mim que apenas pouquíssimas pessoas conhecem. A parte que com certeza muita gente jamais vai conhecer. Ao meu melhor passado.

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