quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sobre outono e saudades.

Saudade do outono inventado por palavras encantadas dos meus autores preferidos. Outono cinza, com folhas secas jogadas ao chão, um ar frio correndo por todas as direções, levantando vestidos e afugentando cães. Roubando chapéus e destruindo rosas. Outonos perfumados por cappuccinos e bolos recém-assados. Saudades das palavras sólidas e quase amargas sobre o outono. Vontade de rever, mesmo que em pensamento, a estação de recomeço. Rever aquela rua perto do rio e do parque, coberta de folhas que pelas quais pisei com tanta vontade, apenas para ouvir o quase imperceptível som do “clack”. Caminhar entre aquelas ruas marrons, afogadas por prédios antigos e sentir no rosto um vento gélido, porém reconfortante. Saudade de respirar outono, enquanto deixava a lareira sutilmente queimar a madeira e fingia não ver o tempo passar ao ler um livro que me levava diretamente para casa. Saudade do outono descrito através das palavras dos sábios, apaixonados pelas folhas secas, ventos gélidos e cafés no final da tarde.


Curitiba, 26 de março de 2010. 21:43

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