terça-feira, 20 de outubro de 2009

Monólogo a dois: eu e comigo mesma.

Certo dia me lembrei da primeira vez que um garoto se interessou por mim. Ainda era aquela garota desengonçada, que adorava se vestir diferente do resto, com aparelho nos dentes. Um dia descobri que o meu “melhor amigo” queria ficar comigo! Bom guri, que sempre esperava seu pai depois da escola, no mesmo lugar que eu. Tínhamos 11 anos e a idéia de beijar um garoto era uma grande novidade!

Foi naquelas festas que acabavam 23:30 e achávamos o máximo. Na hora H eu disse não! Olha o medo de beijar pela primeira vez! Depois foram três anos correndo atrás da criatura. Três anos amando e odiando aquele imbecil. Três anos sendo ignorada pelo “senhor perfeição”.

Aí bastou um verão. Ambos crescemos, amadurecemos e admito, mudei da água pro vinho. Ele deixou de me ignorar e até trabalho de escola fizemos juntos. Aí percebi que se eu fosse incrível, os imbecis iriam gostar de mim. 

Enfim, desde o começo, a minha vida amorosa é um caos.

Sempre choro quando tudo acaba, aí um tempo depois já me apaixono de novo. Acontece que sempre aparece alguém para colar o coração, mas nunca usam Super Bonder, só usam cola Pritt. Aí são desastrados e derrubam o coração ou eu mesma arranco da mão do garoto.

Quando me destroem, amo culpar aquela festa que tocou até forró. Maldita festa em que toda menina se sentava e esperava um menino pedir para dançar. Maldito garoto que me chamou para dançar toda música a dois. O dito cujo ainda me perguntou se eu estava de batom, quando pediu pra ficar comigo. Pediu!

O coração do “meu melhor amigo” até então, foi o primeiro coração que quebrei. Mas para compensar, ele esmagou o meu pelos próximos três anos! Com 11 anos eu já era burra e caía em qualquer palavra doce de um filho da mãe.

Eu sei que meu coração é cansado e ferido, eu sou quebrada em mil pedaços. Vejo que eu sempre desisto. Mas de vez em quando penso que meu pai tem razão, sou rabugenta, mas sempre tenho amor. Deus! Haja amor pra mim, hein...

Culpo meu primeiro namorado também, por sempre fugir do amor. Tem melhor e mais assustadora coisa que alguém amar você? Tem! Amar quem também tem medo! Ah, vida desgraçada!

Eu sou de pedra e de plumas. É! Lembro que já quase morri pelo fim de alguns amores. Lembro que quis fugir da vida ou então mudar ela toda, para agradar qualquer idiota que não sabe nem mentir sobre os créditos do celular.

Sou um pouco certeza e um pouco confusão – maior parte confusão. Quebro e sou quebrável. Talvez eu seja apenas inocente demais ainda. Ou tenho olhos cegos diante as maldades do mundo ou melhor, do amor. Sim, talvez eu seja um pouco romântica demais também. Mas quando eu tinha meus 5 anos de idade, adorava brincar de Princesas Disney e ser a Bela Adormecida. Nunca gostei muito da Cinderela.

Olá, cadê o príncipe que me acorda? Ah é, já tinha me esquecido. Eu sendo ridícula, deixei de acreditar em príncipes depois que aquela mula de 11 anos de idade quebrou pela primeira vez meu coração. Mas agora, já grandinha, não espero o príncipe que me acorde. Mas sim um vampiro que se apaixone por mim. 

Céus, que vida amorosa depressiva.


Valdagno, 20 de setembro de 2009. Durante alguma hora do quarto horário.

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