terça-feira, 12 de maio de 2009

Mas então dê um motivo.

Quem dera fosse apenas raiva ou apenas a dor da raiva se espalhando, quem dera fosse apenas uma surpresa ruim. Mas foi uma decepção, foi algo absurdamente inesperado, uma verdade abaladora, decepcionante. Quebrou os planos, quebrou os sonhos, quebrou as idas e as vindas. Quebrou as vontades.

Não foi só perder alguém, foi perder todos os planos criados, todas as vontades incalculáveis montadas. É ver o mundo distante, mas ao mesmo tempo perto desmoronando, perdendo o sentido para tantos esboços de futuros aconchegantes.

Perdendo a razão de estar aqui sem entender muito bem. É não saber mais montar dentro de si mesma uma esperança, mesmo que um pouco falsa, para seguir em frente.
Eu não gostaria de ficar mais tempo sentada, encarando o chão e esperando que tudo terminasse bem. Mas o fim chegou assim como o começo, sem prévias, sem motivos, apenas porque quis chegar.

O que dói aqui dentro, na realidade o que tanto tem gritado, é a falta que esta fazendo. É esse buraco maior que eu mesma, o buraco que só cresce, que só me deixa cheia de duvidas e vontades absurdas. Me faz encarar as paredes na escuridão intensa da noite, esperando com que estas me dêem soluções visíveis ou até mesmo que simplesmente me responda, converse comigo enquanto as lágrimas dominam inutilmente meu rosto.

Não entendo, simplesmente isso. Não entendo onde todo o amor, se é que um dia ele já existiu, foi parar. Onde todos os planos e sonhos foram jogados fora, ou se foram simplesmente criados por mim, esquecidos rapidamente por você. Talvez eu já esteja farta de tantas inúmeras decepções, dessas que quebram, esmagam e perdem o raro sentido que eu encontro.

Do que mais posso dizer que me cansei? Afinal, o que se faz quando você luta pela vontade absurda de sorrir, e durante tanto tempo as coisas tem caminhado no sentido mais sincero que você seguiu, mas aí tudo se torna ruínas. Você vê o mundo desabando e infelizmente não adianta fazer nada, pois a culpa não é sua.

Com o tempo já fui me tornando acostumada a deixar de acreditar no tal amor. Fui começando a me tornar fria e entendendo que depois de belos dias de sol, a tempestade sempre precisa aparecer para poder molhar um pouco. E mesmo que eu não entenda, mesmo que novamente eu tenha de seguir em frente com um coração quebrado, uma grande ferida e uma confiança em pedaços acho que a mais dolorida parte, é admitir que ainda preciso por perto. É saber que ainda ocupa nesse coração sangrento uma grande parte.

Talvez a fórmula mais complicada não seja a de seguir em frente, mas sim de esquecer. Aprender novamente a viver sem. E eu que fazia tantos planos e queria tanto torná-los verdadeiros.


Curitiba, 12 de maio de 2009. 01:09 am.

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