terça-feira, 19 de maio de 2009

Foi feito no silêncio.

E antes do fajuto arrependimento por ter esquecido suas lágrimas no baú, ela sorriu uma ultima vez, esperando que várias coisas se consertassem com o som de uma única risada nada sincera. Antes mesmo de ter um real porque, ela se encontrou consigo mesma e fez as estrelas parecerem mais perto e mais brilhantes do que realmente estavam. A agonia que lhe prendia a respiração se tornou vagarosa e logo, esquecida. Antes de recuperar a dor daquelas lágrimas, ela ouviu com grande coragem e ousadia as palavras que lhe fariam transbordar: “mas então mesmo assim, ele tinha outra, não?”.

Um minuto de silêncio, um minuto de agonia, uma dúzia de anos parecia estar esperando, enquanto aquele enorme nó na garganta gritava por tempestades. Ouviu-se o som da porta batendo. Ela havia recuperado as lágrimas escondidas no baú e junto delas, aproveitou e recuperou a dor fantasiada de risadas simplórias e sem emoção. Seus olhos viraram tempestades esquecidas pelo mundo, sem nenhuma alma viva para fazer a calmaria chegar.

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