domingo, 18 de julho de 2010

Entre três amigos e três vidas diferentes.

Éramos os melhores, os maiores. Mais vivos e mais unidos. Sorriamos juntos e na mesma sintonia, tínhamos mais planos e mais sonhos. Éramos iguais, mesmo que com objetivos totalmente diferentes. Mas crescemos sem estarmos de mãos dadas e o tempo nos foi tomado quando os dias se tornaram meses e assim, se tornou um ano e pudemos então apenas seguir em frente. Caminhamos para um vazio onde deixamos de ser quem éramos e nos tornamos quem somos. Vivemos na ausência um do outro e, infelizmente, aprendemos a viver sem os encontros uma vez por mês. Éramos vários e eu contava os dias para subir num avião, num ônibus ou em qualquer coisa que me trouxesse de volta para aquela cidade que me fazia tão bem. Os dias nunca eram o bastante e o tempo deslizava rapidamente das nossas mãos. Mas uma hora não podíamos mais fazer sentido, assim como não fazemos agora. Era necessário que nos tornássemos outros e carregássemos histórias que não quiséssemos contar e talvez nem os outros ouvirem. Fomos diminuindo e com o tempo, nossos corações não tinham mais lugar para tantos. Restaram-nos fotos e histórias, lembranças de uma mente que não as quer apagar. Estamos velhos e desimpedidos, cada um está num lugar onde o céu é maior, aquele céu que tanto falávamos e hoje encontramos. Estamos regando flores e colorindo um arco-íris, esperando voltar a ser o que costumávamos ser, quando estávamos juntos: três idiotas tomando a “última” cerveja numa mesa de bar e enfeitando risadas e vidas com alguns figurantes que iam e vinham.

Já fomos melhores juntos.

Estrada de volta para Curitiba, 14 de julho de 2010. 18:45

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