quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Não me faça mais ficar. Só isso.

Acho que eu procurei demais sorrir. Procurei tanto, que encontrei qualquer tipo de sorriso, qualquer tipo de máscara, mas nenhuma que eu deveria realmente usar. Encontrei tanto deles em mim, que de mim, não encontrei nada. Talvez eu tenha encontrado um bilhete de “volto logo” que eu escrevi antes de vir e deixei sobre a mesa.

Qual eram os sinônimos que eu queria usar? Porque eu já nem lembro se eu gostaria de usar palavras aqui. Não sou mais capaz de escrever, pois eu sou realmente cansada. Cansada do mundo e de mim. O sol não me esquenta mais, é um pouco inútil, sabe?

Amorteça minha queda, que eu estou caindo de muito alto. Andei sem olhar pra onde andava, porque já não tinha mais como procurar chão, uma vez que comecei a andar sobre nuvens. Mas e agora? As nuvens sumiram, choveram. E eu fiquei a cair, mas meu chão não chega e eu não sei voar, ninguém nunca me ensinou.

Então faz assim, fecha a porta e vem me buscar. Mas não passa a chave, porque não quero ficar esperando a porta se abrir, quero correr pra minha vida novamente. Faz assim, corre e pega a minha mão, mas não larga mais, por favor! Que a vida tá difícil e sei que longe, fica mais difícil ainda.

Não tenho mais medo de encarar a verdade quando eu voltar, porque agora eu tenho sede de construir meu mundo. Meu mundo inteiro, com todos ou nenhum. Mas que venham e façam valer a pena, todos os que vierem. Que olha só, eu preciso voltar, encarar a minha vida. Eu já tinha que aprender tudo o que eu podia. Só me resta fazer as malas e voltar. Nada vai me prender aqui, nada.

Faz assim, faz. Vem me buscar e antes de voltarmos, senta do meu lado e vamos olhar o sol se pondo, uma ultima vez, nessa terra tão distante de casa. Mas enquanto isso, não solta minha mão, não solta nunca mais.


Valdagno, 2 de dezembro de 2009. 21:14

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