sábado, 18 de abril de 2009

A noite solitária me fez escrever.

Essa distancia tão incomodante esta me fazendo mal esta noite, a todo custo queria estar aí me divertindo. Queria poder fazer dessa solitária madrugada uma festa de risadas e conversas. Não estou gostando de estar por aqui, o quarto esta tão grande e imersa na escuridão me pego pensando que poderia estar bem melhor agora. Há lágrimas aqui que você poderia secar, pois são de saudades. Saudades das conversas, das risadas. Saudades das coisas que apenas nós entendemos.

O destino já foi simpático o bastante ao ter te colocado em minha vida, ter feito o que há muito eu não conseguia: encontrar uma nova verdadeira amiga. Mas me dói o fato de estarmos tão longe, me dói o fato de não poder me deitar todos os dias no breu do quarto e conversar durante mais um tempo indefinido contigo. Ter aquelas conversas bobas que parece que apenas nós sabemos ter.

Está doendo essa saudade que não sei matar, está doendo a falta da sua voz e a falta das nossas conversas. Está doendo a falta que você está fazendo. Não sei direito, mas agora me sinto sozinha, parece que não há ninguém, mesmo sabendo que tem. Havia tempo que não me surpreendiam tanto, que não me faziam ter essa amizade, longe da área de conforto que eu tanto permaneci. Mas agora está assim, estou pronta pra ir ver um filme que irá me fazer rir um monte, mas não tem você pra rir comigo!

Assim que amanhã o sol nascer talvez eu ainda esteja acordada, mas afundada em minhas próprias teorias, meus próprios pensamentos e sonhos. Afundada em minhas próprias risadas e lágrimas, sem ter você aqui do lado pra poder compartilhar comigo seja lá o que for. Eu já sabia, quando o ônibus parou aqui em Curitiba, quando eu desci para pegar a minha mala eu já tive vontade de voltar.

Todo momento fico lembrando das risadas de sexta-feira e da cerveja que nunca era a última, do silêncio momentâneo e daí “Jaque, não tô me sentindo bem”, aí lá foi a gente no banheiro e enquanto eu tentava vomitar, você dançava com o Marrom no banheiro feminino. Mesmo quando de repente cada uma esta num canto da casa, meio chorando e meio chateada, aí de repente estamos juntas sentadas na cama conversando sobre tudo, de certo modo até se sentindo melhor.

Você está fazendo muita falta mesmo. Não sei, é como uma irmã, sabe? A maneira como posso confiar, como posso contar. A maneira como resolvemos tudo de um jeito ou de outro, e como sempre estamos em constante freqüência e sintonia para enfrentar o que tiver pela frente.

As férias de julho estão chegando, assim como a minha partida também. Não há um dia, desde que eu te conheci que eu não pense em como sentirei a sua falta. Sei que essas férias serão as melhores possíveis, da maneira mais perfeita. E depois serão longos 10 meses com um oceano de distancia, mas de distancia já entendemos. Porém, tenho a certeza que quando eu voltar tudo estará da melhor maneira possível. Enfim poderemos morar na mesma cidade, com apartamentos vizinhos. Nossos garotos que agüentem com a bagunça que faremos.

Nem sei por que estou escrevendo, talvez seja porque vi suas fotos novas no orkut e me dei conta de como você está linda. Pode ser também que tenha lido um novo depoimento no mesmo e li que o garoto que o escreveu tirou as palavras da minha boca. Talvez eu tenha simplesmente escrito por saudades, que mesmo eu tendo te dado tchau na segunda-feira a saudade já cresce no primeiro minuto, ao saber que assim que eu subo no ônibus a nossa nova bagunça será dali a algumas semanas apenas.

Acho que na verdade a solidão bateu, a casa esta vazia e as batatas sorrisos estão tristes. O “borboleta” não tem tanta graça quando fica apenas na memória e o “December Boys” não é tão bonita. A “Apenas mais uma de amor” vira uma música qualquer do Nx Zero e tudo da saudade. Nessas horas começo a imaginar as conversas que teríamos se você estivesse aqui, quais músicas escutaríamos e sobre quais planos planejaríamos. Queria ter você aqui pra amanhã ir à farmácia comigo comprar uma tinta ruiva e mesmo sem coragem, mas com uma vontade louca, iríamos pintar meu cabelo e sujar meu banheiro inteiro com a tinta - até vendo a bagunça né. E talvez eu só quisesse poder falar “vamos ver Um Amor Para Recordar ou Antes que Termine o Dia?” e em lágrimas terminaríamos vendo o filme, pois somos duas choronas.

São 400 quilômetros de distancia, mas quando a solidão se aconchega, a saudade bate, parece a mesma distancia que daqui até a lua. Mas, acredito estar escrevendo, pois queria dizer pra você que a nossa amizade tem sido absurdamente importante e essencial pra mim. Eu nem me lembro de como era minha vida sem você, nem quero lembrar. Gosto dos segredos, das risadas, das histórias, das cervejas e das músicas, gosto de tudo isso.

Assim, em tão pouco tempo você se tornou uma amiga incomparável, insubstituível. Talvez por já termos nos despedido de garotos que hoje moram fora do país, talvez por você estar com o mesmo até hoje e ele morar em Londres e eu estar com um que mora aí em Londrina – observe a semelhança nos nomes das cidades – ou talvez então pelas outras milhares de semelhanças, sejam as histórias parecidas sobre garotos, a cor dos olhos e dos cabelos ou o fato de sempre “nunca ri tanto na minha vida”. Pode até ser pelo fato de eu estar indecisa de se pinto o cabelo ou não e você ter começado a deixar seu cabelo na cor natural, pode ser pelo fato da “borboleta” ou do cd do carro que sempre era o mesmo. Mas é insubstituível.

Hoje só posso agradecer por um dia eu ter te conhecido. Acho que já era pra ser assim, um pouco de ironia do destino, eu ter encontrado tão de repente, entre planos fracassados, uma amiga tão importante assim.

- Mas não chora, porque te ver chorar me faz chorar também.


Curitiba, madrugada de 18 de abril de 2009.

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