quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Como se faz, para gostar?

No mais, eu gostaria de entender um pouco mais sobre o tal “gostar de alguém”. Talvez eu gostaria de entender, simplesmente por poder possuir por completo a palavra “eu gosto dele”. Quem sabe se eu entendesse tal afirmação, eu poderia afirmar com maior convicção. Mas se eu gritar, admito que poucos escutariam e conseguiriam explicar. No entanto, gostaria que alguém tentasse. 

O que é tanto o gostar?

Calma, calma. Não é uma pergunta complexa, não quero obter respostas de todos, só quero saber. Faz falta gostar de alguém? Se a resposta for não, gostaria de entender o porquê então de não conseguirmos viver sozinhos. Mas o que realmente me fascina no gostar, não é o propósito de tal sentimento surgir, mas sim, de uma maneira bastante simples e nada categórica, o porquê do tal grande medo de gostar?

No momento me vejo encarando diversos caminhos, esses que cada qual, me levaria a lugares distintos. Mas penso de maneira, talvez ignorante, qual caminho seguir, qual eu menos iria me machucar? Pois quando eu olho para frente, vejo muitas surpresas agendadas, momentos marcados, que mesmo que não aconteçam como prevejo, de alguma forma qualquer, acontecerá. Mas e as surpresas não agendadas, as idas não marcadas e os sentimentos não confirmados?

Oras, estou sentada na frente de um computador, tentando escrever algo bonito. Algo simples, mas absurdamente significativo. Alguns pensamentos que eu poderia jogar ao vento, mas preferi escrever aqui, na chance que alguém, inclusive ele, leia. Mas cabe aqui a minha chance, de mesmo que em palavras alternativas e desconfiguradas, mostrar um belo conteúdo, sobre um assunto que muitos escrevem, mas poucos conseguem sentir.

Então eu tento. Tento explicar que eu sou uma das pessoas que não conseguem seguir em frente durante muito tempo, sem gostar de alguém. Tenho também de admitir, que nem sempre esse gostar é real - até hoje poucos realmente me tocaram o coração. Poucos me fizeram chorar e sentir a dor de perder um amor, que achei tanto que fosse verdadeiro. 

Pois é, aí eu venho com um raciocínio bastante simples, para quem já se sentiu enganado. Gostar é bastante simples, afinidades e sintonia que caminham juntas, mas há vezes, que achamos tanto que estamos na mesma sintonia, que acabamos caindo na ilusão. Já cansei de cair em palavras vazias. Palavras que eu gosto de comparar com ovos de Páscoa, são gostosas e bonitas, parecem maciças, mas quando se quebram; são ocas.

Até que ponto todo o juramento existe? Acredito que o tempo poderia nos dizer. Já disse, o tempo é o senhor da razão, ele nos mostra por onde e até onde devemos caminhar. Mas muitas vezes a vida se torna amarga, pois vivemos em função de algo que não depende de nós. Porém eu continuo aqui. Firme e forte. Tento acreditar nas palavras que me dizem, tento acreditar que tudo aquilo pode, de fato, se tornar verdadeiro. O gostar pode até existir, mas e ele, mudaria para gostar de mim? Ele poderia provar, não? Claro, estarei esperando, mas com as poucas, porém intensas experiências que eu tive com o gostar, aprendi que nós esperamos, mas não para sempre.

Acredito eu, que no momento, apenas sigo em frente. Tenho um coração já cansado, certos traumas com o amor, não quero mais pagar para ver a minha vida se perder. Então eu sigo em frente, não faço planos. Deixo a vida seguir, tento esquecer o passado. Pois, no momento ainda é difícil, e se as palavras que me jurou forem verdade, o tempo me mostra. O tempo sempre nos leva ao caminho certo. Leva à todos. Deixe com que ele se decida onde tudo irá dar.

Para ser bem honesta, não quero rosas na minha porta todos os dias, nem cartas de metros com declarações. Também não preciso de elogios diários e talvez, eu nem preciso entender afinal, o que é gostar. Eu apenas quero que alguém goste de mim, sem enganar e machucar. Que apenas faça meu coração bater forte. E talvez agora, seja o momento disso acontecer.


“Se a saudade fosse um líquido, seria amargo e denso. Entretanto, se fosse comestível, eu devoraria apenas para que não houvesse barreira entre nós dois”.
- Fábio Hilgemberg Sottomaior

Um comentário:

Fábio Sottomaior disse...

Se o "ele" mencionado no seu texto for quem eu estou pensando, pode acreditar que fez questão de ler e comentar aqui.

Adorei você ter colocado a minha frase, meu amor <3