domingo, 19 de abril de 2015

Pra você nunca ler.

Eu queria que você pudesse ler o que te escrevo. Queria que você tivesse lido qualquer coisa doce que te escrevi e que você tivesse ido embora assim, com essas palavras na sua memória. Eu queria que a vida não tivesse sido tão cruel quando se tratou de nós dois e que, de alguma maneira, eu sempre te tivesse por perto.

Eu queria ter certeza que você guardou boas lembranças minhas; nossas. Queria ter certeza que você soubesse o quanto você marcou na minha vida e que nunca nada e nem ninguém te apagará de mim.

Antes de você ter ido, eu queria que você simplesmente tivesse ficado, porque esse mundo é menos bonito sem ti, brotinho. 

Queria, ah como eu queria, que nós tivéssemos crescido e que aqui e lá enviássemos algum sinal, algum bilhete, qualquer coisa dizendo 'oi, hoje tô indo embora daqui, vou me mudar' ou 'oi, hoje meu filho nasceu'. Não sei, sorrio só de imaginar o que poderíamos contar um ao outro, numa vida que nunca de fato nos juntou, mas que nos uniu há 13 anos atrás.

Sei que os anos vão passar e com o tempo o que já não é tão mais fácil de lembrar, talvez se perca aqui ou lá. Os detalhes das nossas lembranças vão ficar cada vez mais embaçadas e o som da tua voz vai se misturar com outros. Mas espero que eu nunca me esqueça dos teus abraços e nunca me esqueça do tanto que senti por ti. Espero que eu sempre te guarde no coração e que ao lembrar do passado, você seja uma das histórias mais gostosas de contar. Espero que de alguma forma eu ainda sinta você por perto.

A vida assim segue, do mesmo modo que seguiu após eu te dizer tchau há 13 anos atrás. A dor que eu senti aos meus 14 anos, também é a mesma de agora. 

Encontro boas lembranças nossas por aí e quando lembro de ti, sorrio. A vida continua, ainda que devesse ter parado por um tempo. 

Eu sei da minha intensidade, das vezes que derramo sentimentos pra fora de mim e espero, honestamente, que você tenha reparado nisso. Pois, se um dia você entendeu todo o furacão que tem aqui dentro, talvez entendesse tudo o que você significou para mim.

Eu realmente queria que você tivesse lido tudo o que eu escrevi sobre ti e queria que tivesse ido embora com as minhas palavras mais doces gravadas em sua memória. 

Queria ter te escrito e te dito tantas coisas ainda... Mas nessa vida, ah Fi, nessa vida eu não tive tempo de te dizer.


'you don't know how lovely you are'



2 comentários:

Anônimo disse...

Não sei o que realmente aconteceu no final do ano passado. Quando te busquei já havia percebido como seria. Você não queria estar ali.
Foram 8 anos e meio de distância, esperava ao menos termos nos re-conhecido novamente.
Eu cancelei tudo e parti, virei aventureiro nesses últimos anos, e também não sei quando teria outra chance de te ver. Desculpe não ter bebido mais, talvez tivesse ajudado, mas na época estava tomando medicamente forte, e nem devia ter bebido. Mas de qualquer maneira guardo boas recordações, espero que você esteja bem aí na Irlanda, e saiba que sempre terá um espaço seu na minha história, e que mesmo sem saber você foi muito importante pra mim. Obg :)

25/05

Natalia disse...

Ao querido nem tão anônimo assim.
O que são os anos que se passam afinal, não é mesmo? Depois de quase longos oito anos sem nem ao menos escutar a sua voz, quando eu te vi, de fato minhas pernas quase perderam a força e eu quase não soube o que fazer ou o que dizer. Era tanta ansiedade que não cabia em mim. Meus pensamentos estavam à mil e meu coração só bombava boas lembranças de ti. Eu ansiava aquele momento desde aquela manhã gelada de 10 de julho de 2006. Quando eu te vi, de repente, eu pude colocar oito anos de distância "em dia". Matei a curiosidade que me matava quando meus pensamentos caiam sobre você. Mais de uma vez, ao longo desses anos, eu pensei em ti. Primeiro amor a gente nunca esquece. E eu te amei com todas as forças que eu tinha. Mas acho que esse foi o problema, eu te amei há oito anos atrás.
Naquela manhã, quando você foi me buscar, não é como se eu não quisesse estar ali, mas de repente, para o meu eu de 22 anos, a gente já não fazia sentido e toda aquela "aventura" me pareceu loucura demais para tanto tempo longe. Tínhamos de nos (re)conhecer e, acho eu, não consegui te reconhecer, pois guardava a imagem do garoto de - quase - 17 anos e não soube conciliar com o homem de 25 que eu estava vendo na minha frente.
Não haveria bebida que nos salvasse, Fi. Acho que simplesmente vivemos o que tínhamos de viver em 2006 e o futuro nos reservou um encontro maravilhoso, mas que talvez não devesse ter passado de apenas uma cerveja no bar.
De qualquer maneira, devo me desculpar pela estranheza toda. Talvez fosse mais fácil eu ter lhe admito, ainda em tempo, que era estranho demais tudo aquilo pra mim. Mas não disse e acho que não diria, pois de qualquer maneira, eu queria tentar.
Obrigada pelas lembranças, Fi. Obrigada por ter sido meu primeiro amor.
Te guardar no coração já não é novidade - pois sempre te guardei. Há coisas que o tempo não apaga, você é uma dessas.

Fique bem.