quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Todos nós precisamos de amor.

Os inimigos da solidão teimam tanto em não serem sozinhos, que procuram sempre serem rodeados de pessoas, de risadas. Procuram tanto, que nunca encontram e no meio de uma multidão absurda, se sentem sozinhos. É como se nada bastasse – e talvez, isso fosse verdade.

Intrigante noite estrelada, encantada eu diria. E esse calor insuportável não vai embora, não quer ir. É o aquecimento global – diriam os bons curitibanos. Eu concordaria, mas acrescentaria dizendo que é também a solidão. Solidão dos infelizes, dos solitários. Dos buscadores de felicidade alguma.

E não há ninguém para dividir um sorvete ou caminhar na praia, deixando as ondas baterem nos pés. Não há ninguém capaz de dividir uma cama, numa noite de extremo calor. Mas é fato, é preciso haver calor, para gostar do frio. De estar longe, para começar a gosta de casa. Precisa ir embora, para querer voltar.

Acho que a solidão, assim como qualquer sentimento, é como um ventilador. Você o deixa ligado, faz aquela brisa e quem sabe, até acaba abafando ainda mais o quarto. Porém, um belo dia, você o desliga. Aí a brisa vai embora, deixando o calor do dia te sufocar ou o frescor da noite te acalmar.

Erramos tanto, que acabamos pensando que ser sozinho é a melhor. Mas espera, melhor para que mesmo? Somos tão egoístas a ponto de querer serenidade, tranqüilidade e apenas em nós? Podemos não precisar da solidão, podemos não precisar ter medo do amor.

Sinceramente, podemos não ligar o ventilador numa noite fresca, e apontá-lo diretamente para a janela, deixando o quarto abafado, ao fazê-lo afastar o novo ar. Podemos desligá-lo e deixar o frescor entrar, dormir olhando para a lua. Podemos não nos importar se amanhã será como esperamos ou não.

Não precisamos ser sozinhos, para sermos mais feliz. Precisamos de alguém, que nos apóie, que converse sobre qualquer coisa. Precisamos de mais magia, de mais filmes e mais músicas. De dançar a noite inteira e deixar a perna doer no dia seguinte. Precisamos de amor, mesmo que a sua forma de amar, seja a mais complicada possível.


Curitiba, 3 de fevereiro de 2010. 3:14

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