O rádio cansado tocou nossa música novamente, tocou bem alto, parecendo gritar as palavras para ouvirmos atentamente. O céu estrelado parecia jorrar todos os segredos, tornando extremamente cintilante a noite, fazendo a vontade ir à flor da pele ou talvez fosse isso que parecia. E quando você me olhou nos olhos e sorriu, eu sabia que a nossa música havia voltado a ser importante, simplesmente única. Como sempre.
Você entrou na mesma velha casa pela porta da frente, ligou a TV e nos fez rir do mesmo velho programa bobo que adorávamos assistir todo sábado de tarde. E era o passado, aquele tão perfeito que suspiramos ao lembrar, tal qual sempre engloba nós dois, é claro. O passado que adoramos lembrar, nos detalhes mais indispensáveis, nos aromas mais marcantes.
O seu cheiro me lembra cada segundo do que já passamos. E quando sinto o seu perfume posso me lembrar como se fosse ontem de todo o resto que deixamos para trás. Mesmo que seja um absurdo, eu quis tirar o pó da nossa música, quis escutá-la novamente com você ao meu lado, quis sentir o seu abraço, quis matar as saudades. Quis fazer o passado voltar a nós, ao dançarmos ao som da nossa música nem que fosse uma última vez.
Curitiba, 21 de julho. 3:28 am.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário