segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Corações, sentimentos e escuridão.

Deveriam nos proibir de se importar demais ou até mesmo de menos. Deveriam nos proibir de estar em um local por causa de uma pessoa, mas esta não estar lá por causa de nós. E é sempre um pouco assim, o vento que quebrou a flor, a chuva que foi forte demais, o trovão que assustou, o medo que desandou. A vida que parou demais, porque fizemos questão disso.

E você me disse que seu coração era de pedra, você me contou que havia um buraco muito fundo dentro de ti. Mas então eu me pergunto, porque foi ela quem trouxe o líquido certo para amolecer seu coração, porque foi ela quem trouxe os sentimentos certos para tampar o buraco dentro de você? Aonde mais você vai se importar, mas negar até a morte que se importa? Mais quantas coisas eu terei de fazer, para você perceber que você se importa? Que você quer se importar.

Já tenho muitos erros para carregar sozinha, não preciso carregar os seus também. Enquanto você se importa em achar o argumento certo, seja para me fazer chorar ou simplesmente para conseguir ficar por cima da situação, como sempre quer, eu estou procurando chão. Eu estou procurando o que de mim todos levaram e nunca mais devolveram. Os sentimentos que eu desperdicei. Estou procurando o tempo que eu perdi, quando eu ficava olhando para ti, esperando que você voltasse.

Porque tantas pessoas fazem castelos frágeis de areia, ao invés de misturar terra e água, formar a lama e fazer castelos fortes de argila? Quais os motivos de sorrir, quando nada lhe da alguma graça? Porque tantos de nós queremos tanto ser o amparo de alguém e, quando nos tornamos, acabamos sofrendo? Acabamos olhando para nós mesmos e encontramos esses tais buracos, esses tais vazios.

Quando é que vai perder um pouco da graça? Quando é que as idéias de todos irão fluir, independente do que os outros pensam? A idéia é bastante singular, enquanto você encontra razões para deixá-los para baixo, estes riem de ti, por se importar tanto com eles. Em querer tanto ser mais que os outros.

Andei pensando um pouco em ir embora, em deixar tudo para trás. Singelamente prezo o silêncio que muitas vezes me consome, prezo os erros em montanhas que sempre me perseguem. Todos estão indo embora, mas eu estou ficando. Pois ainda quero respostas para as minhas perguntas tão utópicas. Não quero o sim, o não muito menos o talvez, quero respostas elaboradas. Quero explicações de cálculos e palavras, quero as melhores explicações, do que faz tudo ficar assim. Quero ver você se perdendo, nesse vazio que eu sei que ainda sente.

E enquanto todos estão ocupados demais, com seus corações frios e calculáveis, cheios de sentimentos ridículos e ameaçadores, até mesmo muitas vezes irreais. Enquanto todos estão mais preocupados com o que outro faz, como o outro reage. Enquanto todos estão caminhando para o mesmo lugar, para o mesmo abismo. Eu estou indo em contra mão, eu estou resgatando esses tais corações frívolos, estou fugindo do abismo cheio de emoções estúpidas. Cheio de dor. Enquanto todos choram a dor da partida, eu choro a dor da chegada. Então recupero no caminho para o abismo, corações perdidos e arrancados fora, pois a dor era muita. Recupero a minha consciência e acabo não me importando mais, acabo me tornando o que eu sempre fui. E a única pergunta que ainda me comove com absoluto interesse, é o porquê de se importar tanto com o que eu faço. O porquê de se importar tanto, com querer me deixar para baixo.

Nenhum comentário: